quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Antes de se tornar Imperador: a intensificação da guerra contra os austríacos! - Parte 2

Apesar das vitórias em Lanato, Catiglione e Rovereto, Napoleão ainda não tinha confrontado o corpo total do exército austríaco (e nem pretendia). Assim, continuava a manter sua postura de defesa. Postura essa que foi abalada após André Massena, longe da maior parte das tropas, ser perseguido derrotado pelo recém-chegado, General Berberek, na Batalha de Caldiero, uma das primeiras derrotas francesas na Itália.

Apesar de saber da derrota, Napoleão visava manter a posição e enfrentar o grosso do exército austríaco, impedindo que estes chegassem a mântua. Assim, deu-se uma das mais simbólicas e importantes batalhas das Guerras Revolucionárias Francesas.

Batalha de Arcole (15 de Novembro de 1796)


Napoleão se via de uma difícil situação: com 20000 homens poderia recuar e ceder toda a rota em direção a Mântua; ou confrontar os 24000 soldados austríacos ali mesmo e correr o risco de sofrer uma trágica derrota. Napoleão opta pela segunda alternativa e, ordenando que parte de seu corpo flanqueie, os austríacos pela direita [impedindo sua possível fuga], ataca a vanguarda de Berberek com a maior parte de suas tropas.

Apesar de estar em menor número e ter sofrido 3500 baixas (1500 a mais que seus inimigos), os franceses conseguem tomar o controle da ponte e colocam, outra vez, os austríacos em fuga. Tal vitória inesperada, pode ser creditada à [relatada] ação de Napoleão quando, vendo a morte de muitos de seus homens e sem possibilidades de mudanças táticas, tomou a bandeira da Primeira República Francesa das mãos do porta-bandeira e, desarmado, correu em direção as linhas austríacas. Com a nova injeção de moral, os franceses ganharam novo ânimo para seguir em batalha e tomar a ponte.

Tal gesto, marcou a consolidação de Napoleão como um símbolo de bravura, força e vitória. Esta não foi pra Napoleão, apenas uma vitória militar, mas também uma vitória política que, em pouco tempo, surtiria seus efeitos.

Quadro: La Bataille du Pont d'Arcole, de 1826. Napoleão a frente de seus soldados, inicia uma corrida em direção as linhas austríacos. Note em que estado se encontra a bandeira francesa (em farrapos) e também a grande disparidade numérica em favor dos austríacos.














Nem mesmo com tal derrota os austríacos desistiram de libertar Mântua, ação que deixava de ser importante do ponto de vista militar e que, caso efetuada com sucesso renovaria a moral dos austríacos. Após os grandes êxitos anteriores, Napoleão poderia escolher o local da próxima batalha com calma. Assim, retirou-se de Verona e marchou para Rivoli.

Batalha de Rivoli (14-15 de Janeiro de 1797)


Iniciando a batalha com 23.000 (5000 a menos que seus inimigos), Napoleão encontrou-se sofrendo uma derrota crucial. Caso não fosse o descuido do General Berberek em ordenar o avanço de seus cavalos "dragões" para um terreno acidentado, a situação se complicaria. Aproveitando-se desse descuido, Bonaparte utilizou-se da mesma ideia que, há quatro anos atrás, lhe garantira a vitória em Toulon: artilharia maciça. Logo, com 15 bocas de canhão, grande parte da cavalaria austríaca foi dizimada, forçando os austríacos a recuarem em desordem.

No dia seguinte, Joubert perseguiu as colunas de Berberek, impelindo-lhe baixas maiores ainda. Ao final do dia 15, entre 2000-2500 franceses tinham perecido; enquanto, 4000 austríacos tinham sido mortos e 8000 feridos/incapacitados.

A batalha de Rivoli é o ponto de virada neste front; não do ponto de vista de vitórias, mas do ponto de vista de iniciativa; a partir daí, os austríacos, não mais conseguiriam realizar um grande contra-ataque e a rota para o território austríaco estava aberta. Napoleão estava no ataque agora!

Napoleão em Rivoli, de Felix Philipoteaux.

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