A Espanha declarou guerra a Inglaterra, aliando-se a França, em janeiro. Em abril, a Rússia entra na guerra ao lado dos ingleses. Em agosto, os Reinos da Suécia, de Nápoles e Austríaco declaram guerra a Napoleão. Assim, se desenvolveu um curto período de movimentação de grandes exércitos e, em 16 de Outubro, iniciou-se a primeira grande batalha da guerra, com Napoleão no comando de 80.000 contra 40.000 austríacos. A Batalha ocorre em Ulm e é um sucesso para os franceses que perdem 500 homens, contra 4000 casualidades austríacos, além de 27000 mil capturados, incluindo o General austríaco, Karl Leiberich.
Quadro de Charles Thévenin: "A rendição de Ulm; o 20 de Outubro de 1805" |
A Batalha de Trafalgar (21 de Outubro de 1805)
Enquanto a guerra corria favorável a Napoleão por terra, a situação em vias marítimas estava pra ser decidida no Cabo Trafalgar (próximo ao estreito Gibraltar), na Costa da Espanha. No dia 21 de Outubro, o Almirante Lorde Horatio Nelson, comandou 27 navios britânicos, contra uma frota franco-espanhola, em maior número, de 33 embarcações. É interessante citar que a estratégia utilizada por Nelson foi totalmente inconvencional pra época. Ele organizou seus navios em duas linhas, ao invés de colunas. Esperando que os seus resistissem a primeira leva de fogo, Nelson visava dividir a frota inimiga.
Disposição tática dos navios na Batalha de Trafalgar. |
O resultado foi perfeito pra os ingleses: nenhum navio perdido, contra 22 perdas franco-espanholas. Entretanto, o Lorde Nelson falece, sofrendo um tiro de canhão na proa de sua embarcação; tornando-se um herói nacional britânico. O resultado estratégico, em si, é avassalador para Napoleão. Ele perde toda a confiança que a ainda sustentava em sua marinha e é forçado a abdicar de uma futura invasão da Grã-Bretanha; perdendo o controle do Atlântico.
A Batalha de Austerlitz (2 de Dezembro de 1805)
Já no fim do ano, no dia 2 de Dezembro de 1805, ocorreu a mais impressionante vitória militar napoleônica dentre todas, em Austerlitz, atual Slavkov, na República Tcheca. Nessa batalha estavam presentes Napoleão, Alexandre I, da Rússia, e Francisco II, da Áustria; o que gerou para o acontecimento a alcunha de "Batalha dos Três Imperadores".
Napoleão contava com entre 75000 e 77000 soldados, enquanto russos e austríacos contavam com 87000 (70% eram russos). Importante notar que, no local da batalha havia uma grande colina, a qual teria suma importância no desenrolar do confronto. Napoleão cria, assim, uma campanha de desinformação. Ordenando avanço desenfreados e recuos massivos desorganizados, ele planejava passar a imagem pra os líderes coligados que não tinha ideias pra perfurar as linhas inimigas.
Logo em seguida, Napoleão dividiu seu exército, posicionando parte atrás da colina (fora da visão de austríacos e russos) e colocando a maior parte deste em cima da colina, nota que o flanco a frente da colina é mais próximo do acampamento inimigo. Visando atrair as tropas coalizadas para um ataque nesse ponto, Napoleão ordena a debandada de seus homens, descendo a colina. As tropas coalizadas iniciam um rápido avanço se aproveitando do "descuidado" movimento de Napoleão ao abandonar o local mais alto e de mais valor. Assim, Napoleão ordena que o restante do Exército Francês (que estava por trás da colina) inicie sua subida; "cortando", assim, os austríacos e russos ao meio.
Napoleão daí, em diante, acaba por organizar quatro pontos de combate, independentes uns dos outros. Ao fim do dia 9000 franceses foram perdidos (incluindo 1300 mortos) contra 27000 austríacos (com 15000 casualidades; além de 180 canhões dos coalizados capturados.
"Napoleão em Austerlitz", quadro de François Gérald. Atualmente no Palácio de Versalhes. |
A Paz de Pressburg
No dia 26 de Dezembro, deu-se o Tratado de Pressburg que forçava os austríacos a se retirarem da Terceira Coalizão e cederem territórios ao norte da Itália, sul do Reino da Baviera (o qual se tornaria aliado de Napoleão), além de parte da costa da atual Croácia. Francisco II, também colocaria fim ao Sacro Império Romano-Germânico e passaria a ser rei da [ainda a ser fundada] Confederação do Reno, apenas em teoria; na prática, o comando estaria nas mãos de aliados de Napoleão.
Com tal tratado, a França não concedia paz a todos os inimigos, tanto é que Rússia, Suécia e Reino Unido nunca assinaram um Tratado de paz formal com os franceses. Antes mesmo que a guerra acabasse, Napoleão se aproveitou para invadir e conquistar todo o Reino de Nápoles (exceto as Ilhas da Sardenha e da Sícilia), nomeando seu irmão mais velho, José Bonaparte, como Rei de Nápoles e seu irmão mais novo, Luís Bonaparte, como Rei dos Países Baixos; oficializando tais nomeações, no ano seguinte.
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